Entrei na ONG por causa da aliança meio ambiente-criança. Sempre pensei que essas barreiras estruturais do tipo “criança não sabe o que tá falando” a coisa mais errada da vida, porque assim que você conversa com uma, percebe uma perspicácia que há muito eu já perdi, e elas me reencontram. E lá no meio da roda, eu percebi que todo mundo se juntou pra fazer uma mudança, pra mudar esse hábito de cidade de comer mal, de se manter longe do mato, de chamar bicho de praga e terra de sujeira.

A horta é o resultado de todo um processo que envolve conexão entre as pessoas, educação ambiental, pensar as cidades de maneira mais saudável, percorrer o caminho do alimento até chegar ao nosso prato e como ele volta para a terra. Isso é lindo, é filosófico”, revela a educadora.
Acreditar na educação enquanto instrumento de transformação de realidades é também transformar a si mesmo. A experiência de Carla na EcomAmor tem se refletido na sala de aula. Como explica, “hoje, a minha experiência dentro da ONG tem me levado para um lugar de fala mais humano, mais integrado ao todo. No meu trabalho, sinto que consigo ter maior conexão com meus alunos.

Minha história como voluntária da EcomAmor começou em 2018. Minhas tímidas expectativas foram superadas pela grandeza da experiência. Entrei pensando no quanto poderia contribuir e, um ano depois, percebo o quanto recebi. Nesse tempo vi a EcomAmor crescer, se transformar positivamente, vi o mesmo acontecer comigo e com lugares por onde nosso instituto passou.
Esse trabalho me incentivou a aperfeiçoar minha escrita e habilidade com a câmera. Conectar e capacitar pessoas, implementar hortas são ações benéficas, porém muito desafiadoras, é preciso saber lidar com imprevistos, com falhas de comunicação e desapegar de projetos que chegam ao fim. Entretanto, ao refletir sobre meu tempo na EcomAmor, sobressai o contentamento por um trabalho gratificante.